Você já ouviu falar em Tesouro Direto? Esse é um jeito fácil de começar a investir em renda fixa e uma opção mais rentável do que a poupança.

Se você procura uma aplicação de baixo risco, bom rendimento, diversidade de remunerações e investimento mínimo reduzido, o Tesouro Direto pode ser uma excelente pedida.

Neste artigo, vamos tirar as suas dúvidas sobre estes tópicos:

  • Quanto rendem os títulos do Tesouro Direto?
  • Quais são os títulos à disposição?
  • Como funcionam os diferentes rendimentos?
  • Quais são os primeiros passos para a aplicação?
  • Qual é a tributação desse tipo de investimento?
  • Quais são as taxas do Tesouro Direto?
  • Quais são as alternativas em renda fixa além dos títulos do Tesouro?
  • É possível negociar títulos antes do vencimento?

O que é o Tesouro Direto?

O Tesouro Direto é um programa de investimentos oferecido pelo Governo Federal em parceria com a BM&FBovespa. Com ele, o investidor pessoa física pode adquirir títulos da dívida federal, com risco mínimo e rendimento superior à poupança.

Esses títulos podem ser prefixados, com um juro anual definido antes da aplicação, ou pós-fixados, com um juro fixo anual mais a variação de um indexador, como o IPCA ou a Selic.

Esses dois termos são bem importantes, então é bom ficar ligado desde já no que eles significam:

  • IPCA: essa sigla designa o Índice de Preços ao Consumidor Amplo, que é considerado como a inflação oficial do país. Ela é muito importante por se tratar de um patamar básico: um investimento só começa a apresentar rendimento real depois de superar a inflação. Ou seja, apenas quando uma aplicação se valoriza mais do que o IPCA é que seu poder de compra aumenta.
  • Selic: são os juros básicos da economia, definidos pelo Banco Central para controlar o crédito e domar a inflação ou impulsionar a economia. Eles refletem diretamente nos juros da renda fixa e são seguidos de perto pelo CDI, que é o principal indicador de rentabilidade dos títulos.

Bom, agora que você sabe o que é Selic e IPCA, vamos ver como essas siglas influenciam os títulos do Tesouro Direto.

Primeiro, é preciso entender que os títulos negociados no Tesouro Direto são papéis da dívida do governo federal, que emite títulos do Tesouro para financiar suas operações. Ou seja, colocar dinheiro no Tesouro Direto significa emprestar esse valor ao governo.

Mas, para emprestar dinheiro ao governo (ou para qualquer um), você precisa ser recompensado. No Tesouro Direto, esse pagamento ocorre através dos juros, que podem ser prefixados ou pós-fixados.

Isso quer dizer que você tem à disposição dois tipos de títulos.

Os prefixados têm os juros anuais definidos antes da compra. Assim, você sabe exatamente quanto dinheiro terá ao vencimento do papel. Pode ser 10% ao ano, por exemplo.

Nesse exemplo, o investimento vai se valorizar exatamente 10% a cada 12 meses. A partir daí, são descontadas a taxa de custódia da BM&FBovespa (0,3% ao ano sobre o valor total), eventual taxa de administração cobrada pela instituição e o Imposto de Renda (de 22,5% a 15%, dependendo do tempo de aplicação, para menos de 180 dias a mais de 720 dias).

Já os pós-fixados usam um indexador, seja a Selic ou o IPCA. Nesse caso, você não sabe exatamente quanto seu investimento vai render. Pode ser, por exemplo, a variação da Selic mais um pequeno percentual ou o IPCA mais 5% de juros ao ano.

Nesses dois casos, o papel vai acompanhar a economia.

Os títulos atrelados à Selic costumam oscilar menos ao longo do período, para negociação antes do vencimento. Um retorno maior do que o investimento é garantido nesse caso.

Já os títulos atrelados ao IPCA oferecem proteção contra a inflação: aqui você saberá que o seu poder de compra está se elevando a cada ano.

Além dos tipos de rendimentos oferecidos pelo Tesouro Direto, é importante falar sobre sua segurança. Afinal, qual é o risco desse investimento?

Bom, ao contrário de CDB, LCI e LCA, o Tesouro Direto não tem o selo do Fundo Garantidor de Crédito (FGC), uma organização não governamental que garante o investimento em um limite de R$ 250 mil por pessoa por instituição financeira em caso de quebra ou intervenção da corretora ou do banco de investimentos.

Mesmo assim, a segurança do Tesouro Direto é enorme. Em vez de contar com esse fundo, mantido por aportes mensais das instituições financeiras, essa aplicação é garantida pelo próprio governo.

Se você sofrer um calote aqui, é porque todas as outras aplicações estão perdidas. Então, não se preocupe.

O Tesouro Direto é um investimento que poderá estar na carteira de todos os tipos de investidor, do mais conservador àquele mais arrojado. Além dos diferentes tipos de remuneração, os títulos oferecem vencimentos variados, de um mínimo de um ano até algumas décadas.

E se você precisar resgatar os valores antes do vencimento, pode negociar os títulos a qualquer momento. O Banco Central se compromete a comprar qualquer título antes do vencimento, com o pagamento em um dia útil, no entanto, nessas compras antecipadas, o valor do título pode variar.

Como funciona o Tesouro Direto

Você entendeu que os títulos do Tesouro Direto são dívidas emitidas para o financiamento do Governo Federal, certo?

A partir dessa premissa, o que você precisa é descobrir quais títulos combinam mais com seu perfil e com suas necessidades atuais. Há aplicações com vencimentos de um ano a décadas, com juros prefixados e pós-fixados.

É possível comprar os títulos diretamente pelo sistema do Tesouro Direto diretamente na sua corretora ou no seu banco de investimentos.

E como já alertamos, há uma liquidez grande: o Tesouro Nacional compra os títulos a qualquer momento antes do vencimento. O dinheiro é transferido para seu banco ou corretora no dia útil seguinte, o chamado D+1.

Mas para isso você deve ficar atento ao valor do título, que deve ser trazido para o presente.

Para quem vende um papel antes de seu vencimento, é importante verificar quanto ele está valendo naquele momento, já que ele pode sofrer valorização ou desvalorização de acordo com as perspectivas do mercado.

Se você adquiriu um título prefixado e, ao contrário das projeções, a Selic disparou, é provável que seu papel sofra desvalorização, pois aqueles juros consideravam uma Selic mais baixa. Na prática, seu ativo acaba sendo menos rentável do que outros novos.

Para não correr riscos, você pode manter o papel até o vencimento. A diversificação de papéis e vencimentos, nesse sentido, ajuda a aumentar a liquidez.

Nesse caso, segurando o título, você tem a certeza do tipo de rendimento que terá ao fim do período.

Para trazer o valor do seu título para o momento presente, você pode usar a Calculadora da Renda Fixa, oferecida pela Cetip.

Tipos de títulos do Tesouro Direto

Como vimos acima, são dois tipos básicos de títulos oferecidos pelo Tesouro Direto, os pós-fixados e os prefixados. Os ativos à disposição podem render juros fixos anuais, um juro fixo mais a variação do IPCA ou um juro ínfimo e a variação da Selic.

Título prefixado:

Tem maior oscilação ao longo da aplicação e pode se valorizar ou desvalorizar em caso de venda antes do vencimento. Você sabe exatamente quanto dinheiro terá no momento do vencimento. Por outro lado, não consegue saber o quanto estará ganhando em poder de compra, por não ter juros atrelados ao IPCA.

Título pós-fixado atrelado à Selic:

Tem menor oscilação ao longo da aplicação, por seguir exatamente a Selic, com um adicional pequeno de juros anuais. Pode ser um ativo interessante para maior liquidez e para quem quer negociá-lo antes do vencimento (garantia de que o retorno será maior do que o investimento).

Título pós-fixado atrelado ao IPCA:

Oferece a perspectiva exata da valorização do poder de compra, já que a inflação está embutida dentro desse rendimento. Pode ser um investimento interessante para quem mira o longo prazo e está fazendo aplicações visando a aposentadoria, já que você não precisa se preocupar com os avanços da inflação.

Juros dos títulos do Tesouro Direto

Os juros dos títulos oferecidos pelo Tesouro Direto podem ser atualizados diariamente. No site, o sistema apresenta uma lista atualizada dos títulos.

Como investir no Tesouro Direto

Investir no Tesouro Direto é bastante simples. Para isso, primeiro, você precisa abrir uma conta em um banco de investimentos, ou em uma corretora.

Essa decisão deve ter, como principais critérios, a solidez e o histórico da instituição financeira, as taxas cobradas (principalmente para o Tesouro Direto), as facilidades e a assistência oferecidas.

Depois disso, você poderá solicitar o acesso ao sistema do Tesouro Direto, que lhe enviará uma senha.

Nessa área restrita do sistema, munido de seu login, você poderá fazer operações de compra e venda e consultas de saldo e extratos.

Viu como é fácil? Agora basta decidir em quais títulos aplicar.

Para auxiliá-lo em suas definições, você pode contar com a assistência de seu banco de investimentos ou usar uma ferramenta do próprio Tesouro Direto, chamada de Orientador Financeiro.

Ela é uma espécie de teste de perfil que vai identificar os valores que você pretende aplicar, o tempo do investimento, entre outros fatores.

Como já alertamos acima, se você prioriza a liquidez e não pode garantir que levará o título até o vencimento, uma boa opção que vai ter retorno maior do que o investimento, mesmo com alterações no mercado, é o Tesouro Selic.

Ao investir no Tesouro Direto, não esqueça também de outras aplicações disponibilizadas pelo seu banco de investimentos ou por sua corretora. É melhor montar um portfólio de aplicações diversificado do que colocar todos os ovos em uma cesta apenas.

Com uma cesta de investimentos diversificada, você corre menos riscos no longo prazo e pode maximizar seus ganhos por contar com diferentes ativos, sempre atento ao seu perfil de investidor.

Valor mínimo para investir no Tesouro Direto

O valor mínimo para investir no Tesouro Direto é de, aproximadamente, R$ 30,00, que se refere à quantidade mínima de compra (0,01 de um título). Você pode adquirir 0,02 de um título, 0,03, etc.

Rentabilidade do Tesouro

A rentabilidade do Tesouro Direto varia conforme os juros básicos da economia. Eles são regidos pela Taxa Selic, definida pelo Banco Central para o controle do crédito no mercado nacional, e pelo IPCA, que é o índice oficial do Governo Federal para medição das metas inflacionárias.

Mesmo com perspectiva de queda dos juros, o Tesouro Direto ainda é um bom investimento, por contar com segurança absoluta, rendimentos diversificados e alta liquidez.

Não há nem comparação com a caderneta de poupança, que compete de igual para igual com a inflação.

Em 2015, por exemplo, quem manteve o dinheiro na caderneta perdeu 2,28% de seu poder de compra. Em 2016, a situação melhorou um pouco: o ganho real foi de 1,9%.

Tributação

A maioria dos investimentos de renda fixa têm cobrança de Imposto de Renda. É o caso do Tesouro Direto (e Letras de Câmbio, CDB, entre outros). Um dos títulos de renda fixa isento do IR é a LCI/LCA.

A tributação ocorre de forma regressiva, conforme o tempo de aplicação.

Confira a tabela:

Prazo de AplicaçãoAlíquota IR
Até 180 dias22,5%
De 181 a 360 dias20%
De 361 a 720 dias17,5%
Acima de 721 dias15%

Ficou claro como funciona o Imposto de Renda para o Tesouro Direto?

Imagine um título que tenha se valorizado R$ 5.000,00 em cinco anos. Como o período de é maior do que 720 dias (dois anos), a alíquota do imposto será de 15%.

Dessa forma, é preciso subtrair R$ 750,00 do rendimento (e não do valor total).

Além do Imposto de Renda, investimentos de curto prazo (curto mesmo), com duração inferior a 30 dias, pagam um elevado imposto sobre operações financeiras (IOF).

Para o resgate em um dia, por exemplo, o percentual é espantoso: 96%. Para o resgate em dois dias, o IOF é de 93%. Três dias: 90%. Quatro dias: 86%. Cinco dias: 83%. Assim sucessivamente até 10% em 27 dias, 6% em 28 dias, 3% em 29 dias e 0% em 30 dias.

Veja a tabela do IOF abaixo:

Dias Após AplicaçãoIOF (em %)Dias Após AplicaçãoIOF (em %)
196%1646%
293%1743%
390%1840%
486%1936%
583%2033%
680%2130%
776%2226%
873%2323%
970%2420%
1066%2516%
1163%2613%
1260%2710%
1356%286%
1453%293%
1550%300%

Taxas

As taxas do Tesouro Direto podem se referir à custódia pela BM&FBovespa e a cobranças das corretoras ou dos bancos de investimentos. Algumas instituições, não cobram taxas de administração!

O que não muda é essa taxa de custódia, cobrada pela BM&FBovespa, que é de 0,3% do investimento total ao ano. Uma aplicação de R$ 50.000,00 vai pagar R$ 150,00 por ano, portanto.

Alternativas de investimento

É importante não ficar apenas no Tesouro Direto. Há muitas aplicações que competem e até garantem rendimentos superiores. É o caso de muitos CDBs, LCIs e LCAs, que contam com a garantia do Fundo Garantidor de Créditos (FGC) de até R$ 250 mil por CPF e por instituição emissora.

Muita gente tem interesse em deixar a poupança, mas não sabe por onde começar. Aí cai no Tesouro Direto e acha que é a única aplicação segura fora da caderneta.

Mas são muitas as opções de títulos seguros no mercado. E para quem busca manter e ampliar seu poder de compra, há destinos bem mais seguros para o seu dinheiro do que a poupança.

Como já vimos, para quem deseja valorização superior à inflação, a caderneta de poupança não é uma aliada confiável.

Títulos prefixados

Os títulos prefixados têm rendimento exato determinado antes da aplicação. No momento da alocação do dinheiro, você saberá quanto terá após o vencimento, independentemente de indexadores como o IPCA ou a Selic.

É o caso de muitas opções de CDB (Certificado de Depósito Bancário), LCI (Letra de Crédito Imobiliário), LCA (Letra de Crédito do Agronegócio), LF (Letras Financeiras) e Tesouro Direto.

Títulos pós-fixados

Os títulos pós-fixados têm taxa de juros atrelada a um indicador, como o IPCA ou a Selic. Nesse caso, a valorização total do ativo será conhecida apenas no vencimento.

Entre os títulos desse tipo, estão CDB (Certificado de Depósito Bancário), LCI (Letra de Crédito Imobiliário), LCA (Letra de Crédito do Agronegócio), LF (Letras Financeiras) e Tesouro Direto.

Títulos de renda fixa além do Tesouro

Ficou curioso sobre suas opções para aliar a segurança do Tesouro Direto com rendimentos interessantes oferecidos por instituições financeiras sólidas? Veja abaixo quatro alternativas interessantes para ficar de olho:

LCI

As LCIs (Letras de Crédito Imobiliário) são títulos de renda fixa para investimento no mercado imobiliário.

A LCI não tem Imposto de Renda e é protegida pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC), que banca o valor do investimento em até R$ 250 mil (limitado a um CPF por instituição financeira) em caso de falência do banco ou corretora. Pode ter carência para o resgate e, dependendo do caso, liquidez apenas no vencimento.

LCA

As LCAs (Letras de Crédito do Agronegócio) são títulos emitidos por bancos ou corretoras que visam à aplicação no mercado agropecuário.

Os rendimentos variam conforme a instituição financeira e não têm cobrança de Imposto de Renda. São protegidos pelo Fundo Garantidor de Crédito, que garante o saldo em caso de quebra do emissor do título, com um limite de R$ 250 mil por CPF por instituição financeira.

Pode ter carência para o resgate e, dependendo do caso, liquidez apenas no vencimento.

CDB

A sigla CDB significa Certificado de Depósito Bancário. É um dos títulos mais conhecidos da renda fixa.

No CDB, há incidência de Imposto de Renda, mas apresenta as mesmas garantias que LCI, LCA e que a poupança, a cobertura pelo Fundo Garantidor de Crédito de até R$ 250 mil por CPF e emissor.

LF

A LF (Letras Financeiras) é uma aplicação indicada para quem pode realizar investimentos maiores, superiores a R$ 150.000,00.

Os rendimentos, pagos no vencimento, sofrem incidência do Imposto de Renda, de 20% a 15%. Não é protegido pelo Fundo Garantidor de Crédito.

Conclusão – Vale a pena investir no Tesouro Direto?

O Tesouro Direto pode ser uma excelente alternativa para quem busca investimentos em renda fixa, com risco perto do zero, rendimento interessante e possibilidade de se proteger da inflação.

Trata-se de um passo muito importante ao se distanciar cada vez mais da poupança e começar essa jornada de conhecimento pelo universo dos investimentos. Mas é importante não ficar parado no conforto dos títulos do governo.

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Fonte: btg


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