Um dos grandes desafios de uma jornada de investimentos é impedir que sua carteira fique estagnada. Mas, existem maneiras de mantê-la em constante evolução e coerente com as melhores opções do mercado. Uma dessas técnicas é o rebalanceamento da carteira de investimentos.

Neste artigo, vou explicar o que é rebalanceamento e por que essa técnica pode lhe ajudar em seus investimentos. Para começar, vale destacar que um aspecto importante é manter uma postura proativa na gestão de ativos. Do contrário, existe o risco de o investidor ser “traído” por sua própria regularidade.

Regularidade nem sempre é o modelo ideal

Em geral, as pessoas associam a palavra regularidade a algo positivo, que transmite segurança. No caso dos investimentos, andar em linha reta dificilmente produz resultados expressivos.

Para ilustrar essa realidade, basta pensarmos nos investidores profissionais. O trabalho deles exige uma postura proativa na busca por oportunidades, e a regularidade não permitirá uma evolução substancial da carteira. Em linhas gerais, os grandes investidores compram na baixa e vendem na alta para obter um rendimento acima da média. Seu desafio é exatamente identificar quando um ativo está barato ou está caro.

Por outro lado, investidores menos experientes adotam a prudência como forma de se proteger das flutuações do mercado. A regularidade, ao mesmo tempo que representa uma proteção, também limita voos mais altos. Uma virtude importante desse perfil é a disciplina para manter uma rotina de aplicações. A cada mês, mais um pouco é aplicado em um produto conservador que renderá resultados apenas dentro da média. Isso leva a um desperdício de oportunidades.

Então, como sair da média?

Quando a regularidade gera frustração

Investidores focados na disciplina e na regularidade podem se frustrar em dado momento diante de resultados pouco expressivos. Há meses bons para investimentos, outros nem tanto. A média de ganhos acaba não sendo satisfatória.

Em casos assim, é comum um pensamento do tipo: “puxa, se eu esperasse um pouco mais, teria ganhado um pouquinho mais…”. O investidor consciente sabe que, de “pouquinho mais” em “pouquinho mais”, a diferença lá no futuro é grande.

Acompanhar os resultados é fundamental

Nesta reflexão do “pouquinho em pouquinho”, a lição que fica é da falta de dedicação aos estudos. Isso mesmo, uma boa dose de atenção aos movimentos do mercado permite ganhos mais interessantes mesmo em períodos de baixa.

Uma forma de minimizar perdas é medir o resultado das escolhas no longo prazo, principalmente em renda variável. Alguns podem supor que ações de empresas amplamente recomendadas são quase “blindadas”, mas a realidade não é tão simples. Crises econômicas e políticas podem funcionar como gatilho para quedas bruscas em ações de empresas vistas como queridinhas do mercado.

O investidor atento a essas crises tem de avaliar também a gestão das empresas diante dos momentos difíceis. Algumas delas – quando bem geridas – conseguem retomar o crescimento assim que a poeira começa a baixar. Em uma carteira de ações, essa análise das crises é muito relevante para o sucesso em longo prazo.

O que é a técnica do rebalanceamento

Talvez você esteja se perguntando por que só agora chegamos ao tema rebalanceamento. Isso se deve à necessidade de se contextualizar as posturas que um investidor pode adotar e a importância de acompanhar a carteira.

O rebalanceamento nada mais é do que uma ação decorrente do acompanhamento periódico da carteira. Trata-se de uma técnica simples e eficaz, que não exige nenhum conhecimento avançado em economia, e funciona bem para pessoas organizadas e disciplinadas. O rebalanceamento consiste em estipular uma composição bem definida para uma carteira de investimentos (por exemplo, aquela sugerida quando você preenche o questionário de Avaliação do Perfil de Investidor) e seguir fielmente essa composição, com prazos definidos para calibragem.

Como funciona o rebalanceamento

A melhor forma de compreender a técnica de rebalanceamento é com um exemplo prático.

Imagine que você decidiu investir de forma moderada, com uma carteira focada 80% em renda fixa e 20% em renda variável. Isso é o que chamo de composição bem definida para sua carteira. Seguir fielmente essa composição significa alocar seus recursos, a cada rodada de investimentos, de acordo com o perfil estabelecido. A cada R$ 1.000 aplicados, R$ 800 irão para a renda fixa e R$ 200 para a renda variável.

Na prática, a divisão 80-20% não se manterá rigorosamente com o passar dos meses. Isso porque os ganhos na renda fixa serão diferentes daqueles obtidos na renda variável. Ou seja, é necessário rebalancear para ser fiel à composição prevista inicialmente.

A ideia do rebalanceamento é estabelecer datas para reequilibrar a carteira. Basta observar para qual lado a balança está pendendo e redistribuir os recursos.

Por que o rebalanceamento é uma boa estratégia

Fazer um reajuste periódico na carteira para respeitar a proporção estabelecida tem suas vantagens. Não se trata apenas de uma prova de disciplina e organização. Tem muito mais a ver com aquele diferencial dos grandes investidores: comprar na baixa para vender na alta.

Em um ano de queda de ações, é natural que a parcela de renda variável perca valor ao longo do período. Segundo a técnica do rebalanceamento, o investidor deverá vender o excedente em renda fixa e reaplicar em variável. Já em um ano forte da bolsa, a tendência é que ele venda ações para reaplicar em renda fixa.

Perceba que, nas duas situações, prevalece a lógica de vender na alta e comprar na baixa. Se, ao final de períodos ruins, o investidor comprar ações e, ao final de períodos bons, vender parte dos papéis mais valorizados, fará boas escolhas, pois inevitavelmente seu ganho será maior do que se investisse apenas em renda fixa. O rebalanceamento potencializa os ganhos médios e mantém a carteira saudável.

Rebalanceamento não precisa ser feito manualmente

A técnica do rebalanceamento é simples e exige somente disciplina para acompanhar os resultados de sua carteira. Caso você não se sinta confortável em fazer essa gestão, uma solução é adotar produtos que fazem o rebalanceamento automaticamente. Isso acontece, por exemplo, em fundos balanceados e em planos de previdência privada com carteira mista.

Existem estudos que comprovam a eficácia do rebalanceamento de carteiras no Brasil. Na pior das hipóteses, essa estratégia produz ganhos sensivelmente superiores aos do CDI em longo prazo. Em poucas palavras, o rebalanceamento é uma boa escolha que não exige grandes conhecimentos técnicos. Aproveite para saber mais sobre os fundos de previdência, uma alternativa de investimento que utiliza rebalanceamento e se mostra interessante no longo prazo.

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Fonte: btg


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