O mercado financeiro está em constante transformação e, por isso, é comum que novidades sejam oferecidas aos investidores. Considerando o interesse e o amadurecimento do público, os ETFs que pagam dividendos começaram a ser cogitados no Brasil com mais intensidade em 2022.
No começo de 2023, eles passaram a ser listados na bolsa de valores brasileira (B3). Contudo, antes de considerar essa alternativa, é importante entender como os fundos de índice que pagam dividendos funcionam e como eles podem impactar a sua estratégia de investimento.
Para ajudar, preparei um artigo com as principais informações sobre ETFs que pagam dividendos e o que é possível esperar deles.
Confira!
O que são ETFs?
Sigla para exchange traded funds, os ETFs também são conhecidos como fundos de índice. Eles são veículos financeiros que, como os demais fundos, permitem que os investidores participem dos resultados a partir da compra de cotas. Nesse caso, elas são negociadas na bolsa de valores.
Além disso, o fundo tem um gestor profissional que fica responsável por movimentar os recursos e colocar a estratégia em prática. Nos ETFs, o objetivo é alcançar um desempenho equivalente à performance de um índice de referência.
Para isso acontecer, é bastante comum que o gestor de um ETF replique a carteira teórica do benchmark. Nessas situações, a ideia é investir nos mesmos ativos e na mesma proporção adotada pelo indicador.
É o que ocorre com os ETFs que replicam o Ibovespa, por exemplo. Nesse caso, os fundos investem nas mesmas ações que fazem parte do Índice Bovespa.
Também existem os chamados fundos espelhos. Esses ETFs se caracterizam pelo fato de a carteira ser formada pelas cotas de outro fundo de índice. Assim, os resultados do ETF antes de taxas e impostos costuma ser equivalente à performance média do indicador.
Como funcionam os ETFs que pagam dividendos?
Até aqui, você conferiu o que são os fundos de índice e como eles funcionam. Porém, ao conhecer a alternativa, um dos pontos importantes para considerar envolve a distribuição de resultados, como em um ETF de ações.
Nessa situação, é comum que as empresas que fazem parte do portfólio compartilhem parte dos lucros na forma de dividendos. Porém, por padrão, os ETFs brasileiros não distribuem dividendos e outros proventos, pois eles acompanham os chamados indicadores de retorno total (total return).
Quando há a distribuição desses valores pelas empresas, o montante recebido é reinvestido automaticamente pelo gestor. Com isso, as cotas do ETF tendem a se valorizar, mas os cotistas não recebem pagamentos em dinheiro.
Apesar disso, uma novidade começou a ser discutida pela bolsa de valores brasileira ainda em 2022: os ETFs que distribuem dividendos. Nesse caso, os fundos seguem os índices de retorno de preço (price return).
Com os fundos de índice que pagam dividendos, portanto, os proventos distribuídos pelas empresas são repassados aos cotistas — em vez de serem reinvestidos pelo gestor. O pagamento varia com a participação de cada investidor, então quem tem mais cotas recebe montantes maiores em dividendos.
Ademais, a data de pagamento dos proventos dos ETFs não é a mesma das empresas. Em vez disso, cada fundo de índice pode definir quando e com qual frequência fará o repasse desses valores para os investidores.
Quais são os impactos dos dividendos na estratégia do investidor?
O interesse por ETFs que pagam dividendos não é injustificado por parte dos investidores brasileiros ou do mundo. Afinal, o recebimento desses proventos pode causar impactos positivos na estratégia de investimentos.
Primeiramente, os dividendos são uma forma de obter rendimentos com um investimento que costuma ser feito com foco no longo prazo. Então, em vez de ter que vender o ativo para ter o retorno, o investidor obtém uma parte da rentabilidade ao longo do tempo se receber proventos.
Além disso, os dividendos podem ser reinvestidos. É possível utilizar os recursos tanto para aumentar a participação no investimento atual quanto para realizar outras operações. Logo, eles ampliam a capacidade de aporte do investidor, elevando o potencial de acumulação de patrimônio.
No caso dos ETFs que pagam dividendos, podem existir vantagens adicionais. Como esses fundos têm uma gestão passiva, a taxa de administração tende a ser menor. Além disso, basta investir nas cotas para ter exposição a uma carteira completa. Logo, os custos operacionais são menores, o que pode favorecer a rentabilidade líquida.
Ainda, investir em um ETF elimina a necessidade de ter que escolher os ativos individualmente e de ter que rebalancear a carteira, se a intenção for se expor a determinado mercado ou setor. Se o fundo de índice pagar dividendos, portanto, ele se torna uma forma prática de receber proventos e, ao mesmo tempo, manter a carteira diversificada.
O que analisar antes de investir um ETF que paga dividendos?
Como você viu, os ETFs que pagam dividendos podem oferecer diferentes vantagens para a estratégia de investimentos. Porém, isso não significa que você deva investir em qualquer fundo do tipo que passe a estar disponível na bolsa brasileira.
Em vez disso, é preciso avaliar com cuidado a oportunidade, de modo a identificar a melhor possibilidade para o seu portfólio. Nesse caso, comece identificando seu perfil de investidor — e, consequentemente, a sua tolerância ao risco.
Por fazerem parte da renda variável, ETFs (mesmo aqueles que pagam dividendos) podem fazer mais sentido para investidores moderados ou arrojados. Porém, eles também podem ser adequados a investidores conservadores que desejam diversificar uma pequena parte da carteira.
Ainda é preciso considerar seus objetivos financeiros. Tanto pelo risco do fundo quanto pelo pagamento de dividendos, o ideal é investir em ETFs que pagam esses proventos com foco no longo prazo. Assim, você dilui os riscos e pode potencializar o acúmulo de resultados.
Já em relação ao ETF em si, é preciso considerar o índice, sua composição e os resultados obtidos ao longo do tempo. Embora o desempenho passado não seja garantia de performance futura, é possível comparar fundos de índice para encontrar aqueles que pagam mais dividendos, por exemplo.
Assim, é importante considerar a composição da carteira e o desempenho geral do fundo. Por fim, lembre-se de que nem todos os ETFs fazem essa distribuição, então é preciso verificar as regras do fundo para tomar decisões mais acertadas.
Conclusão
Neste artigo, você descobriu o que são os ETFs que pagam dividendos e como essas alternativas podem impactar a sua estratégia. Antes de investir nessa alternativa, entretanto, é preciso avaliar suas características e o funcionamento do fundo, de modo a tomar uma decisão mais acertada.
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