No mundo das finanças, diversificar a carteira de investimentos é fundamental para alcançar objetivos financeiros sólidos e minimizar riscos. Nesse contexto, os Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI) e os Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA) se destacam como opções atraentes para investidores que buscam rentabilidades interessantes em ativos ligados aos mercados imobiliário e agrícola.

Neste artigo, você saberá o que são CRI e CRA, como esses ativos funcionam e por que podem ser um acréscimo valioso ao seu portfólio de investimentos.

O que são CRI e CRA?

Os Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI) e os Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA) são instrumentos financeiros que têm como base a securitização de recebíveis. Esses títulos são emitidos por securitizadoras, que atuam como intermediárias entre as empresas originadoras dos créditos e os investidores.

A securitização é um processo pelo qual uma companhia originadora de créditos, como uma incorporadora imobiliária ou uma empresa agrícola, transfere uma parte dos seus direitos de recebimento futuros para uma securitizadora. Essa securitizadora, por sua vez, empacota esses direitos de recebíveis em forma de títulos, que são os CRI e CRA. Assim, os investidores que adquirem esses títulos passam a ter direito aos pagamentos futuros vindos dos recebíveis originados.

Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI)

Os CRI são lastreados em créditos provenientes do mercado imobiliário. Esses créditos podem incluir aluguéis de imóveis, parcelas de financiamentos imobiliários ou outros pagamentos relacionados ao setor.

Se uma construtora possui um conjunto de parcelas a receber de compradores de unidades imobiliárias, por exemplo, ela pode ceder esses direitos a uma securitizadora que, por sua vez, emite os CRI lastreados nesses recebíveis, proporcionando aos investidores uma oportunidade de investir indiretamente no mercado imobiliário e receber parte dos rendimentos gerados por esses ativos.

Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA)

Os CRA são semelhantes aos CRI, mas são lastreados em créditos provenientes do agronegócio. Esses créditos podem incluir pagamentos originados de operações como financiamentos para a produção agrícola, comercialização de produtos agropecuários e outros contratos relacionados ao setor.

Uma empresa do ramo agrícola que tenha financiado a plantação e a colheita de safras, por exemplo, pode ceder os direitos a receber os pagamentos desses financiamentos a uma securitizadora, que emite os CRA lastreados nesses recebíveis. Dessa forma, os investidores têm a oportunidade de participar dos retornos gerados pelo agronegócio por meio desses títulos.

Vantagens da securitização de recebíveis

A securitização de recebíveis, que fundamenta a emissão de CRI e CRA, oferece vantagens tanto para as empresas originadoras quanto para os investidores. Para as empresas, ela possibilita o acesso a fontes de financiamento com custos potencialmente mais baixos. Para os investidores, oferece a oportunidade de diversificação de portfólio, acesso a setores específicos da economia e a chance de alcançar rendimentos atrativos, muitas vezes superiores aos títulos de Renda Fixa convencionais.

Como funcionam os CRI e CRA?

Os Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI) e os Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA) são estruturas financeiras sofisticadas que envolvem diversos agentes e etapas.

Entender o funcionamento desses instrumentos é essencial para avaliar sua viabilidade como parte de uma estratégia de investimento. A seguir, detalhamos o processo de funcionamento dos CRI e CRA.

1. Originação dos recebíveis: o processo começa com uma empresa originadora, seja uma incorporadora imobiliária ou uma empresa do agronegócio, que possui recebíveis provenientes de suas operações, como aluguéis, financiamentos imobiliários ou pagamentos de safras agrícolas. Esses recebíveis representam fluxos futuros de dinheiro para a empresa.

2. Securitização: a empresa originadora decide ceder uma parcela dos recebíveis para uma securitizadora. Isso é feito por meio de um contrato de cessão, em que os direitos de recebimento futuros são transferidos à securitizadora que, então, transforma esses fluxos de recebíveis em lastro para a emissão dos títulos CRI ou CRA.

3. Emissão dos títulos: com os recebíveis como lastro, a securitizadora emite os CRIs ou CRAs. Cada título representa uma fração dos direitos creditórios originados pela empresa emissora dos recebíveis.

4. Colocação no mercado: os CRIs e CRAs emitidos são disponibilizados no mercado para investidores interessados em adquiri-los. Isso pode ocorrer por meio de ofertas públicas ou privadas, e os títulos podem ser negociados no mercado de balcão.

5. Rendimentos aos investidores: investidores que adquirem os CRI ou CRA passam a ter direito aos juros contratados na aplicação. Esses rendimentos podem ser pagos periodicamente, quase sempre mensal ou trimestralmente, e podem ser prefixados ou pós-fixados, dependendo da estrutura do título.

6. Pagamento final e vencimento: ao final do prazo estabelecido, os investidores podem receber de volta o valor principal investido nos CRI ou CRA. Esse valor é geralmente devolvido acruado da remuneração proposta pelo título no momento da contratação (ex.: IPCA + 2%).

Vantagens dos CRI e CRA

Isenção de Imposto de Renda: investidores pessoas físicas são isentos de Imposto de Renda sobre os rendimentos recebidos, tornando o investimento ainda mais atrativo.

Acesso a recursos financeiros: a securitização permite que as empresas originadoras acessem financiamentos a partir de seus recebíveis, liberando capital para outras atividades.

Diversificação para investidores: os investidores têm a oportunidade de diversificar suas carteiras investindo em setores específicos.

Rentabilidade atrativa: os rendimentos dos CRI e CRA, frequentemente superiores a títulos tradicionais de Renda Fixa, podem atrair investidores que estejam em busca de retornos mais elevados.

Rentabilidade e Liquidez dos CRI e CRA

Ao considerar a inclusão de CRI e CRA em sua estratégia de investimento, é fundamental compreender a rentabilidade e a liquidez desses títulos. Esses dois fatores possibilitam avaliar o potencial retorno e a facilidade de negociação desses instrumentos financeiros.

Rentabilidade

Um dos principais fatores que tornam os CRI e CRA atrativos é a possibilidade de alcançar rentabilidades interessantes, muitas vezes superiores às oferecidas por investimentos tradicionais de Renda Fixa, como títulos públicos ou CDBs (Certificados de Depósito Bancário). Essa rentabilidade é resultado de diversos fatores:

Risco associado

A rentabilidade dos CRI e CRA geralmente está associada a um nível moderado de risco. Como esses títulos são lastreados em recebíveis reais, provenientes de operações imobiliárias ou do agronegócio, o risco de inadimplência dos pagamentos afeta diretamente a rentabilidade. Quanto maior o risco da empresa originadora dos recebíveis, maior tende a ser a taxa de juros oferecida aos investidores.

Modalidade de juros

Os CRI e CRA podem ser emitidos com juros prefixados, pós-fixados ou uma combinação de ambos. Isso influencia a previsibilidade dos rendimentos ao longo do tempo. Juros pós-fixados costumam estar atrelados a indicadores de mercado, como o CDI (Certificado de Depósito Interbancário) ou a taxa Selic, enquanto juros prefixados oferecem rendimentos predefinidos.

Prazo de investimento

A duração do investimento também impacta a rentabilidade. Títulos com prazos mais longos geralmente oferecem juros mais altos, refletindo o compromisso de manter o capital investido por um período maior.

Liquidez

A liquidez é a capacidade de comprar ou vender um ativo de forma rápida e com baixo impacto sobre o preço de mercado. No caso dos CRI e CRA, a liquidez pode variar dependendo de diversos fatores.

Mercado secundário

Os CRI e CRA também são negociados em mercado secundário, ou seja, após sua emissão inicial. A liquidez desses títulos pode ser afetada pela oferta e demanda no mercado, assim como por fatores macroeconômicos e eventos que afetem a confiança dos investidores.

Negociabilidade

Títulos emitidos por empresas com maior credibilidade e lastro mais seguro podem ter maior negociabilidade, uma vez que os investidores se sentem mais confortáveis em comprá-los e vendê-los.

Custos e Tributações de investimentos em CRI e CRA

Ao investir, é sempre necessário ter um olhar atento aos custos e tributações das operações. No caso dos CRI e CRA, há a vantagem da isenção de Imposto de Renda e Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para pessoas físicas.

Geralmente, as taxas de administração, custódia e performance também são isentas, mas algumas corretoras podem cobrá-las. Caso você compre os ativos no mercado secundário, também pode ser cobrada uma taxa de negociação ou spread da operação, dependendo da plataforma ou corretora utilizada.

Você pode investir em CRI e CRA sem taxas de administração, custódia e performance e ainda conta com o apoio de especialistas para definir os melhores ativos para o seu portfólio. Saiba como investir em CRI e CRA com isenção de taxas e Imposto de Renda em poucos cliques.

Riscos e garantias do investimento em CRI e CRA

Investir em Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI) e Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA) pode ser uma estratégia atraente para buscar retornos diferenciados. No entanto, como em qualquer investimento, existem riscos a serem considerados. Antes de investir, é fundamental compreender esses riscos e as garantias associadas.

Riscos

No mundo dos investimentos, sempre existirão riscos a considerar, mesmo que eles sejam mínimos em alguns casos. Para os aportes em CRI e CRA, é válido destacar que não há cobertura do Fundo Garantidor de Crédito (FGC), que está presente no caso de outros investimentos de Renda Fixa, como CDBs. Conheça os riscos do investimento em CRI e CRA.

Risco de crédito da empresa originadora

O principal risco associado ao investimento em CRI e CRA é o risco de crédito da empresa que originou os recebíveis. Se a empresa enfrentar dificuldades financeiras ou inadimplência, os pagamentos aos investidores podem ser comprometidos. Realizar uma análise cuidadosa da saúde financeira da empresa emissora é essencial para avaliar esse risco.

Risco de mercado

CRI e CRA são afetados por flutuações econômicas e de mercado. Oscilações na economia, taxas de juros, condições do setor imobiliário ou do agronegócio podem impactar o desempenho desses títulos.

Risco de pré-pagamento

Em alguns casos, os devedores podem optar por pré-pagar seus financiamentos ou contratos, o que pode impactar negativamente os pagamentos de juros aos investidores, encurtando a duração esperada do investimento.

Garantias

Ainda que o investimento em CRI e CRA apresente alguns riscos, há muitas vantagens em realizar o aporte nesses papéis, como a possibilidade de obter rentabilidade acima da média, isenção de Imposto de Renda, diversificação da carteira e exposição ao agronegócio e/ou ao mercado imobiliário.

Nesse contexto, o investimento nesses ativos apresenta também diversas garantias. Conheça algumas delas. 

Lastro em ativos reais

A principal garantia associada a CRI e CRA é o lastro em ativos reais, como recebíveis de aluguéis ou pagamentos do agronegócio. Isso significa que, em caso de inadimplência da empresa originadora, os ativos subjacentes podem ser utilizados para honrar os pagamentos aos investidores.

Separação patrimonial

As securitizadoras são obrigadas a manter os ativos dos CRI e CRA separados de seus próprios ativos, o que ajuda a proteger os investidores em caso de falência da securitizadora.

Estruturas de garantia

Alguns CRI e CRA podem contar com estruturas adicionais de garantia, como fundos de reserva, para proteger os investidores em caso de dificuldades financeiras da empresa originadora.

Os CRI e CRA representam uma alternativa de investimento interessante para quem busca a chance de aumentar o potencial de retornos e diversificar o portfólio. Esses ativos proporcionam acesso facilitado ao agronegócio e ao setor imobiliário, podendo ser peças-chave na sua estratégia de investimento.

Este material não tem relação com objetivos específicos de investimento, situação financeira ou necessidade particular de qualquer destinatário em especial, não devendo servir como única fonte de informação no processo decisório do investidor, que, antes de decidir, deverá realizar, preferencialmente com a ajuda de um profissional devidamente qualificado, uma avaliação minuciosa do produto e respectivos riscos em face dos seus objetivos pessoais e da sua tolerância ao risco (Suitability).

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Fonte: btg

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