Você já considerou dolarizar a sua carteira de investimentos? Veja como funciona o investimento em dólar, as vantagens dessa prática e como fazer!

Montar um portfólio de investimentos alocando recursos apenas no mercado doméstico pode limitar a sua estratégia. Neste sentido, é importante considerar o investimento em dólar como uma alternativa para aumentar o nível de proteção e diversificação da sua carteira.

Dessa forma, o retorno obtido com a parcela do portfólio exposta ao exterior poderá preservar parte da rentabilidade da sua carteira, mesmo quando a economia brasileira não apresentar uma boa performance. Entretanto, é preciso entender que investir em dólar não significa, necessariamente, comprar a moeda norte-americana.

Quer saber como funciona o investimento em dólar, as suas vantagens e como fazer essa alocação? Então, continue a leitura deste conteúdo até o final.

Aproveite!

O que é o investimento em dólar e como ele funciona?

Você já deve saber que o dólar norte-americano é, de longe, a moeda mais negociada no mercado de câmbio global. A moeda oficial dos Estados Unidos é amplamente utilizada como meio de troca para diversas transações internacionais, além de servir como reserva monetária de diversos países. De acordo com o International Monetary Fund, estima-se que 59% de todas as reservas internacionais de bancos centrais estrangeiros são denominadas em dólares.

Apesar disso, comprar dólar em espécie pode não ser a forma mais eficiente de ter exposição à moeda. Um dos motivos que justifica essa afirmação é que esse tipo de transação costuma se dar em uma casa de câmbio. Nela, uma pessoa física compra a moeda com a cotação do dólar turismo, que tende a ser mais caro que o dólar comercial, referência para os investimentos.

Além disso, o dólar em espécie não apresenta qualquer remuneração ou correção monetária quando armazenado em casa, e, embora a inflação nos Estados Unidos historicamente não apresente altos níveis, presenciamos a aceleração deste indicador no passado recente. Por fim, importa destacar que incidem outras taxas e impostos na compra e venda do papel-moeda. Como resultado, é mais difícil obter lucro ao negociar o dólar dessa forma.

Desse modo, quando se fala em fazer um investimento em dólar, é interessante recorrer às alternativas que oferecem exposição à moeda estadunidense no mercado financeiro. E existem diversas opções, tanto no mercado nacional quanto no internacional — como você poderá ver adiante.

Por que é importante considerar o investimento em dólar?

Agora que você sabe o que é o investimento em dólar, é essencial conferir a importância de dolarizar a sua carteira.

Embora o mercado brasileiro apresente diversas alternativas para investir, ter um portfólio exposto apenas a investimentos nacionais pode limitar os seus resultados. Ainda, se o país passar por uma crise interna, provavelmente o retorno da sua carteira será prejudicado.

Portanto, participar do desempenho de investimentos que não dependem da economia brasileira tende a ser fundamental para o equilíbrio do risco e retorno do seu portfólio. Assim, recorrer a alternativas relacionadas ao dólar pode fazer sentido, especialmente, por essa ser uma moeda forte.

Como você viu, o dólar é usado como reserva financeira de muitos países. Isto faz com que a sua demanda seja recorrente, o que aumenta a sua estabilidade, mesmo diante de períodos de crises econômicas. Desde 1995 – após o Plano Real, o dólar teve uma valorização frente ao real de aproximadamente 475%.

Nesse contexto, você aumenta o nível de segurança do seu capital ao ter uma parte de sua carteira dolarizada. Isto ocorre porque você estará protegido contra as variações cambiais, bem como eventuais períodos turbulentos do mercado de modo geral.

Quais as vantagens do investimento em dólar?

Além de aumentar a segurança da sua carteira, o investimento em dólar traz outras vantagens, sendo pertinente conhecê-las.

Confira os principais benefícios da estratégia!

Exposição a economias mais maduras

Ao fazer investimentos em dólar, você diversifica geograficamente a alocação do seu capital, expondo parte da sua carteira a economias mais desenvolvidas e estáveis. Os Estados Unidos são conhecidos por serem a maior economia mundial e suas bolsas de valores são mais maduras que a brasileira.

Por exemplo, a New York Stock Exchange (NYSE) é a maior bolsa de valores que existe no mundo, fundada há mais de 230 anos e com mais de 24 trilhões de dólares em ativos negociados. Já a National Association of Securities Dealers Automated Quotations (Nasdaq), embora tenha sido criada em 1971, reúne ações referentes a mais de 3.300 companhias, como, por exemplo, Apple, Amazon, Google, Meta e Tesla.

Nesse contexto, dolarizar a sua carteira permite que você participe do desempenho da economia americana — seja direta ou indiretamente. Isto possibilita aumentar a eficiência e o grau de diversificação de sua carteira, respeitando o seu gerenciamento de risco, perfil e objetivos.

Correlação negativa com a bolsa brasileira

Se você acompanha a bolsa de valores nacional, já deve ter percebido que, em muitas oportunidades quando a bolsa cai, o dólar valoriza. A situação contrária também pode acontecer. Ou seja, às vezes o dólar desvaloriza nos momentos em que a bolsa ganha força.

Ainda que essa não seja uma regra absoluta, aproveitar essa correlação negativa contribui para a proteção do seu portfólio contra as variações do mercado. Mesmo que você tenha prejuízos nos investimentos nacionais, os ganhos nos investimentos internacionais poderão compensá-los.

Em caso de perdas em função da desvalorização da moeda americana, os ganhos no mercado nacional poderão atenuar eventuais prejuízos. Logo, as chances de você realizar grandes perdas financeiras serão menores, embora elas ainda existam.

Diminui os impactos da inflação

A inflação é o aumento generalizado e contínuo dos preços de produtos e serviços, fazendo o dinheiro perder valor ao longo do tempo. Existem diversos motivos que podem fazer a inflação brasileira aumentar e, consequentemente, reduzir o poder aquisitivo de sua população.

Nesse sentido, manter investimentos em dólar tende a atenuar o impacto dos efeitos inflacionários sobre o real no seu patrimônio. Como já exposto, o dólar historicamente apresenta índices de inflação significativamente menores dos que os do real. Afinal, ainda que a moeda brasileira desvalorize e a inflação esteja elevada, o dólar pode seguir o caminho oposto, sendo uma forma de proteção cambial e de manutenção do poder de compra.

Como fazer um investimento em dólar?

Depois de conferir a importância e as vantagens de investir em dólar, resta aprender como realizar esse tipo de investimento. Quem se interessar em dolarizar a carteira poderá fazê-lo de modo direto ou indireto.

Confira cada um dos caminhos de forma detalhada!

Investimento direto

O investimento direto consiste em adquirir ativos no próprio mercado norte-americano. Isto pode demandar a abertura de conta fora do país ou em um banco de investimentos que permita acessar o mercado exterior.

Ainda, é provável que você precise converter o capital que será investido para a moeda americana. Isto é necessário porque a negociação do investimento se dará em dólar, no próprio mercado dos Estados Unidos. O BTG Pactual oferece soluções de remessas de câmbio para qualquer lugar do mundo, além de contar com uma estrutura offshore robusta em diversas localizações ao redor do globo.

Para o investidor brasileiro, esse tipo de investimento pode trazer mais custos, bem como pode ser mais burocrático, inclusive, quanto à tributação do país de origem.

Veja quais investimentos você pode acessar diretamente pelo mercado norte-americano!

Treasuries

Os treasuries são títulos de dívida públicos norte-americanos, usados para arrecadar recursos para o governo estadunidense. Eles são considerados os títulos de renda fixa mais seguros do mundo, contando com ampla liquidez e garantidos pelo governo federal dos Estados Unidos.

A rentabilidade desses títulos já é conhecida pelo interessado antes da realização do investimento. Por serem considerados ativos de baixo risco de crédito, geralmente oferecem taxas menores em comparação a outros títulos de renda fixa.

A remuneração poderá ser do tipo prefixada (uma taxa fixa) ou pós-fixada (atrelada a um índice financeiro). Ademais, os títulos podem ser de curto, médio ou longo prazo e podem ter pagamento de cupom periódico ou liquidez apenas no vencimento.

Corporate Bonds

Além dos títulos de dívida públicos de captação de recursos, temos os títulos de dívida privados, os chamados Corporate Bonds. Os Corporate Bonds nada mais são do que instrumentos para que companhias americanas levantem capital para a manutenção de suas operações ou financiamento de seus projetos. São títulos de renda fixa que oferecem ao investidor uma remuneração pelo empréstimo dos seus recursos, que se assemelham, no Brasil, aos títulos de crédito privado (CRI/CRA/Debêntures).

O investimento em Bonds no exterior pode ser feito via oferta primária (novas emissões) ou via aquisição de papéis já negociados no mercado secundário, que são comprados e vendidos em datas posteriores à primeira emissão.

A classificação mais tradicional destes ativos de crédito privado varia entre os high grade (que tem grau de investimento) ou high yield (maiores remunerações, mas maiores riscos de crédito). Agências de rating atuam na atribuição de notas para grande parte das emissões, com o intuito de avaliar, quantitativa e qualitativamente, a qualidade de crédito a que os investidores estão sujeitos.

O mercado de Corporate Bonds está entre os mais líquidos e ativos do mundo, e conta com ampla diversidade de emissores e tipos de Bonds que o investidor pode escolher para compor sua alocação em renda fixa.

Stocks (Ações)

Ações representam a menor fração do capital social de uma empresa. Quando companhias abrem o capital na bolsa de valores, é viabilizada aos investidores a negociação das ações em ambiente de mercado. A compra de ações nada mais é do que a compra de participação em uma empresa, que gera, inclusive, direito a voto em assembleias de acionistas e ao recebimento de proventos gerados pela companhia.

Ações são classificadas como ativos de renda variável e sua precificação é dada pelo mercado, observando a lei da oferta e da demanda. É natural, portanto, que as ações no curto prazo apresentem variações positivas e negativas, devido ao fluxo de compradores e vendedores. Assim, não há como antever a rentabilidade que esses investimentos podem gerar, uma vez que estão sujeitos à volatilidade decorrente da negociação.

A maioria dos investidores busca o investimento em ações visando, ou o ganho de capital na valorização de preço dos ativos, ou o recebimento de dividendos. Os dividendos correspondem a uma fatia do lucro empresarial que é distribuída entre os acionistas e constituem relevante instrumento de geração de renda passiva, com exposição à economia real.

REITs

REITs (Real Estate Investment Trust) são companhias que são proprietárias, operadoras ou que financiam empreendimentos imobiliários com o intuito de gerar renda desses investimentos. Os REITs permitem que investidores acessem portfólios imobiliários diversificados, que distribuem no mínimo 90% dos seus rendimentos aos cotistas (alguns distribuem 100%). Com isso, a proposta deles é bastante parecida com a dos Fundos de Investimento Imobiliário (FIIs) brasileiros.

A maioria dos REITs são negociados em bolsa e a capitalização de mercado dos REITs listados é próxima a 1,3 trilhão de dólares, oferecendo maior liquidez aos investidores do que investimentos imobiliários tradicionais. Esses ativos também são sujeitos à precificação de mercado e oscilam diariamente, conforme são negociados.

ETFs

Um dos tipos de investimento que mais cresce nos últimos anos, os Exchange Traded Funds (ETFs), ou Fundos de Índice, são modalidades de investimentos coletivos que se assemelham a Fundos de Investimento, no entanto, os ETFs podem ser comprados e vendidos no mercado, assim como as Ações.

ETFs podem ser estruturados para acompanhar, tanto o preço de um ativo individual (como uma commoditie), quanto de um índice composto por uma série de ativos. Isso é alcançado ao investir na mesma proporção e nos mesmos ativos que integram a carteira teórica do benchmark escolhido.

Além disso, esses produtos podem seguir uma estratégia de investimento ativa ou passiva. Como um ETF pode ser composto por múltiplos ativos, pode ser uma boa escolha para diversificação de portfólio a custos menores do que comprar cada ativo individualmente.

A alocação e o rebalanceamento contínuo dessa carteira para acompanhar o índice de referência é de responsabilidade de um gestor profissional, que é remunerado pela taxa de administração — rateada entre cotistas. A negociação de cotas de ETFs é feita na bolsa de valores, existindo diversas alternativas disponíveis no mercado americano, desde ETFs de ações até ETFs de renda fixa.

Investimento indireto

Por sua vez, o investimento indireto diz respeito às alternativas que permitem a exposição à moeda norte-americana, sem precisar tirar o dinheiro do país. Ou seja, você encontra alternativas atreladas ao dólar no próprio mercado brasileiro.

Ademais, esses investimentos são feitos em reais e você não terá os custos e impostos com a conversão de moedas, além de não ter de se preocupar com a tributação no país estrangeiro. Isso porque a precificação em reais do investimento no Brasil considera a variação do dólar, podendo ser uma forma mais acessível de se expor aos mercados estrangeiros.

No mercado nacional, você encontrará alternativas como:

Fundos Internacionais

Os Fundos Internacionais são um tipo específico de Fundo de Investimento, cujas cotas são negociadas nas plataformas de instituições como os bancos de investimentos — a exemplo do BTG Pactual.

Nesse caso, o objetivo do Fundo Internacional é investir em alternativas que permitam a exposição aos mercados externos. Já a carteira é montada por um gestor, que seguirá as estratégias e objetivos determinados no regulamento do veículo financeiro.

Portanto, um Fundo Internacional pode investir em títulos públicos, Ações, REITs, ETFs, entre outros. Do mesmo modo, os riscos podem variar de acordo com as estratégias adotadas.

Além da taxa de administração, os Fundos Internacionais podem contar com taxa de performance. Esta é uma remuneração extra cobrada somente em períodos em que o desempenho do veículo financeiro superar o benchmark de referência.

ETFs de índices internacionais

Os Fundos de Índice nacionais possuem um funcionamento semelhante aos ETFs estrangeiros.

O mercado de ETFs nacionais vem crescendo constantemente, com novos Fundos sendo lançados com regularidade. Dos mais de 90 ETFs negociados na B3, mais de 20 deles tem exposição à índices americanos, como o S&P500 e o Nasdaq 100, o que oferece aos investidores uma gama cada vez mais vasta de opções de alocação fora do país, mantendo o recurso no mercado doméstico.

Vale destacar que, até o final do ano passado, ETFs brasileiros não pagavam dividendos. Contudo, a partir de janeiro de 2023, a B3 passou a permitir a listagem de ETFs que distribuem dividendos na bolsa de valores, formando nova opção de renda passiva aos investidores com exposição em dólar.

BDR

A sigla BDR significa Brazilian Depositary Receipt ou Certificado de Depósito de Valores Mobiliários, em português. São certificados nacionais lastreados em investimentos internacionais, usualmente Ações. Como são lastreados em valores mobiliários negociados em outros mercados, estão sujeitos à exposição cambial, mesmo que negociados e liquidados em reais.

Para haver a emissão de um BDR, é necessário que uma instituição depositária realize os investimentos no exterior e os mantenha sob os cuidados de um agente custodiante. As Ações ficam bloqueadas no exterior, na conta da instituição que detém a custódia. Na sequência, os BDRs têm lastro nesses ativos e são negociados na B3.

Porém, cabe destacar que você não se torna o titular do investimento estrangeiro ao adquirir esses certificados. O investidor que adquire um BDR passa a deter indiretamente as Ações da companhia estrangeira. Contudo, a depositária repassará os eventuais dividendos recebidos àqueles que compraram os BDRs, além de garantir que não haja descasamento entre os saldos dos BDRs e dos valores mobiliários no exterior.

Contratos Futuros

Os Contratos Futuros de dólar (DOL) e sua versão mini (WDO) são derivativos financeiros negociados na bolsa de valores. Eles oferecem exposição aos resultados da moeda norte-americana de uma forma bastante dinâmica.

Por meio deles, o interessado consegue se posicionar a favor (comprado) ou contra (vendido) o preço do dólar em um vencimento futuro. Em geral, quem acredita na valorização da moeda se posiciona comprado. Já quem projeta a desvalorização do dólar se posiciona vendido.

Por ser um contrato com vencimento futuro, as operações são permitidas mediante a oferta de uma margem de garantia coerente com o tamanho da posição montada. Isto permite que os diversos participantes do mercado operem somas apenas com uma fração da quantia movimentada, especulando na oscilação do dólar frente ao real.

Todos os dias, próximo ao final do pregão, a bolsa reajusta a posição dos participantes com base em uma média ponderada das negociações do dia. Logo, os resultados da posição são liquidados diariamente e observam a diferença de preços entre a posição assumida e o ajuste diário.

A soma de todos os ajustes feitos até a data de vencimento do contrato revelará o resultado do participante, caso este mantenha sua posição até o vencimento do contrato.

Por conta dessas características, a negociação de contratos futuros costuma atender investidores que buscam ganhos no curto prazo. No entanto, eles também podem servir como proteção (hedge) de uma carteira de investimentos.

Neste artigo, você viu como o investimento em dólar pode ser benéfico para quem investe. No entanto, se você for investir com esse foco, é importante avaliar o seu perfil e objetivos, além de conhecer estratégias para manejar os riscos e proteger o seu capital.

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Este material não tem relação com objetivos específicos de investimentos, situação financeira ou necessidade particular de qualquer destinatário específico, não devendo servir como única fonte de informações no processo decisório do investidor que, antes de decidir, deverá realizar, preferencialmente com a ajuda de um profissional devidamente qualificado, uma avaliação minuciosa do produto e respectivos riscos face a seus objetivos pessoais e à sua tolerância ao risco (Suitability).

Fonte: BTG


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