Está em dúvida entre investir em um título indexado por CDI, Selic ou IPCA? Entenda mais sobre eles e veja como escolher entre esses índices!

Ao investir em Renda Fixa, uma escolha que muitos investidores devem tomar é entre um título prefixado, pós-fixado ou híbrido. Para o segundo tipo, a seleção do indexador de rentabilidade — como CDI, Selic ou IPCA — é tão relevante quanto definir o tipo de aplicação.

Isso acontece porque o retorno de títulos pós-fixados se baseia nesses índices e taxas do mercado. Logo, o potencial de ganhos de cada investidor pode mudar conforme as tendências e oscilações do mercado e da economia.

Quer entender mais sobre CDI, Selic e IPCA e como escolher o indexador para seus investimentos? Continue a leitura e aprenda!

O que são indexadores?

Os indexadores de investimento são indicadores usados para calcular o rendimento de diversas aplicações financeiras, em especial na Renda Fixa. Para entender melhor, vale a pena destacar que a rentabilidade dessa classe se divide em três tipos:

  • prefixada;
  • pós-fixada;
  • híbrida.

No primeiro caso, a remuneração é fixa. Portanto, se você encontrar um título prefixado com rentabilidade de 10% ao ano, essa taxa de juros não mudará durante todo o período do investimento e a garantia dos retornos prometidos existe apenas no vencimento.

Já para os títulos de rentabilidade pós-fixada, os juros seguem um indexador. Em vez de ter uma taxa de juros fixa, a remuneração será de acordo com o índice de referência — que tende a variar ao longo do período do investimento.

Por último, a rentabilidade híbrida faz uma combinação dessas duas. Desse modo, há uma taxa fixa, também imutável, e outra que acompanha um indexador de referência.

Nesse sentido, três indexadores se destacam na Renda Fixa brasileira para títulos pós-fixados e híbridos. São eles:

  • Taxa Selic;
  • Certificado de Depósito Interbancário (CDI);
  • Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

Cada um tem suas próprias características de funcionamento e eles podem agradar investidores com diferentes objetivos. Por isso, a decisão sobre CDI, Selic ou IPCA envolve diferentes elementos.

O que é taxa Selic?

Para saber qual indexador de Renda Fixa escolher, é fundamental entender o funcionamento de cada um deles individualmente. O primeiro é a Selic, a taxa básica de juros da economia brasileira. Por ter essa função, ela age como referência para a cobrança dos demais juros no mercado.

O seu nome é uma sigla para Sistema Especial de Liquidação e de Custódia, ambiente em que há operações de curtíssimo prazo com títulos públicos federais, envolvendo instituições financeiras. Neste sentido, a Selic é dividida em duas taxas: Over e Meta.

A Selic Over é a taxa de juros média das operações diárias nesse ambiente. Normalmente, ela serve como um indicador de desempenho e liquidez do mercado.

Por sua vez, a Selic Meta é o patamar oficial da taxa básica de juros da economia, definido pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (Bacen). Ela é o principal instrumento da política monetária brasileira para o controle da inflação.

Por exemplo, se os preços estiverem em alta, apontando para um ritmo elevado da atividade econômica, o Copom pode optar por elevar a Selic. Com juros mais altos no mercado, o objetivo é esfriar a economia e, consequentemente, controlar a inflação.

Já quando a inflação está baixa, a Selic pode ser reduzida com intuito de gerar o efeito oposto: aumento da atividade econômica. O Copom se reúne a cada 45 dias para avaliar o cenário econômico e tomar a decisão sobre os rumos dos juros.

Além de ser a taxa básica de juros da economia, a Selic é indexadora de rentabilidade de investimentos. Um dos principais exemplos é o Tesouro Selic, o título público pós-fixado do Tesouro Direto.

O que é o CDI?

CDI é a sigla para Certificado de Depósito Interbancário. Assim como a Selic, ele é um indicador de referência para os juros no mercado interbancário brasileiro. O seu percentual, inclusive, é muito próximo à taxa básica de juros, mas costuma ser um pouco inferior.

Considerando o conceito, o CDI, na verdade, é um instrumento do mercado interbancário. Ele é um título de curtíssimo prazo, normalmente com vencimento em 1 dia útil, negociado entre instituições financeiras. Os juros dessas aplicações são a taxa DI.

Entretanto, o uso do CDI como sinônimo para a taxa já é amplamente aceito no mercado. Além disso, a utilização dele como indexador de rentabilidade é usual em títulos privados pós-fixados, como:

  • Certificado de Depósito Bancário (CDB);
  • Letra de Crédito Imobiliário (LCI);
  • Letra de Crédito do Agronegócio (LCA).

O percentual de rendimento varia conforme as regras definidas pelo emissor. Por exemplo, há títulos que rendem 100% dele ou mais, enquanto outros rendem um percentual inferior.      

O que é o IPCA?

Por fim, o IPCA é o indicador oficial da inflação no Brasil. Ele é medido mensalmente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que acompanha uma cesta de produtos e serviços. O seu foco está nas famílias com renda mensal de 1 até 40 salários-mínimos.

Os produtos e serviços são divididos em 9 grupos. São eles:

  • alimentação e bebidas;
  • artigos de residência;
  • comunicação;
  • despesas pessoais;
  • educação;
  • habitação;
  • saúde e cuidados pessoais;
  • transportes;
  • vestuário.

Vale a pena destacar que a participação deles não é uniforme. Há itens que podem ser mais relevantes no cálculo. Os percentuais são definidos conforme a relevância dos itens nas compras dos brasileiros — e eles podem mudar com o tempo.

O acompanhamento dos preços acontece nas principais metrópoles e capitais brasileiras, divididas em todas as regiões. Assim como os produtos e serviços, cada cidade tem um peso para o cálculo.

Por ser o indicador oficial da inflação, o IPCA tem um papel de destaque na economia brasileira. Por exemplo, as metas de inflação definidas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) são pensadas e avaliadas com base nesse índice.

As decisões do Copom sobre a política de juros também são fortemente influenciadas pelo cenário do IPCA. Logo, os números do índice geram reflexos tanto na Selic quanto no CDI. No mercado de investimentos, o IPCA é mais usado como indexador em títulos híbridos.

Os principais exemplos são:

  • Tesouro IPCA+;
  • Tesouro RendA+;
  • Tesouro Educa+;
  • CDBs;
  • Debêntures;
  • Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI) e do Agronegócio (CRA).

O objetivo do uso do IPCA é oferecer uma rentabilidade real positiva para o investidor no vencimento. Ao levar o título ao vencimento, portanto, é possível obter lucros acima da inflação, com aumento real no poder de compra.

Por que é importante acompanhar os indexadores?

Até aqui, você já descobriu como funcionam três dos principais indexadores de investimentos de Renda Fixa e viu como eles impactam essa classe. O próximo passo consiste em entender a importância de acompanhá-los.

Confira!

Tomada de decisão

Acompanhar os indexadores é relevante para sua tomada de decisão no mercado. Por exemplo, se a taxa básica de juros entra em um ciclo de altas, isto pode significar que os títulos pós-fixados terão um rendimento potencial maior do que os prefixados já emitidos.

Compreender os movimentos possibilita a tomada de decisões estratégicas sobre onde investir e no seu planejamento financeiro pessoal. Saber sobre o cenário de juros e inflação costuma ser positivo quando você avalia soluções de crédito no mercado, como empréstimos e financiamento.

Eles também ajudam no desenvolvimento da sua educação financeira. Como CDI, Selic ou IPCA são números fundamentais na economia brasileira, saber como eles funcionam permite que você fique mais bem preparado para analisar a conjuntura econômica.

Estratégia

Monitorar esses índices também tende a ser positivo para sua estratégia no mercado — não apenas na Renda Fixa. Afinal, apesar de o impacto de juros e inflação ser mais direto nos diversos títulos da classe, o reflexo se estende para outros ativos de Renda Variável.

Para entender melhor, imagine que o IPCA registrou sucessivas altas e está acima do teto estipulado pelo CMN. Como consequência, o Copom deu início às elevações na taxa Selic para controlar a inflação no país.

Assim, com inflação e juros altos, a atividade econômica esfria. Consequentemente, muitas empresas podem ter sua performance afetada durante esse período. Se você investe em ações, o cenário tende a exigir maior atenção.

Ademais, como você viu, à medida que títulos pós-fixados ganham atratividade, títulos prefixados podem ficar menos interessantes.

Acompanhamento de resultados

Outro motivo para conhecer esses indicadores se relaciona à análise de resultados. Isso acontece porque é recomendado ter um índice de referência para avaliar sua performance.

Ao ter ações na carteira, por exemplo, muitos investidores comparam seus retornos com o Ibovespa, principal índice da bolsa de valores brasileira, a B3. Na Renda Fixa, você pode medir seus retornos usando CDI e Selic como referência.

Ainda, o IPCA é essencial para saber se seus ganhos estão acima da inflação. Caso seus retornos no período ficarem abaixo do acumulado do índice, sua rentabilidade real foi negativa — ou seja, com uma redução no poder de compra.

Como analisar um indexador antes de investir?

Após compreender a importância de acompanhar CDI, Selic ou IPCA, vale a pena entender como você pode analisá-los antes de tomar decisões no mercado. Para isso, sua avaliação pode considerar os seguintes pontos:

  • compreensão sobre o indexador: entenda sua definição, como é calculado, qual é seu objetivo principal e como ele varia;
  • histórico do índice: observe os dados históricos, gráficos e tendências passadas. A prática o ajudará a traçar projeções de cenário;
  • cenário econômico: acompanhe as notícias econômicas, indicadores de inflação e decisões de política monetária. Isto ajuda na sua compreensão sobre a economia no momento;
  • relação com o título: analise como é a rentabilidade do título (pós-fixada ou híbrida) e considere o quanto o índice influencia nos retornos.

CDI, Selic ou IPCA: qual o melhor indexador de investimentos?

Mas, afinal, entre CDI, Selic ou IPCA, qual é o melhor indexador? Apesar de não haver uma resposta certa ou definitiva para essa pergunta, existem formas de você se preparar para tomar uma decisão mais eficiente.

Saiba mais!

Perfil e objetivos

Considerar seu perfil de investidor e seus objetivos financeiros é fundamental ao escolher um indexador para seu investimento por diversas razões. Na prática, cada investidor tem suas próprias necessidades, tolerância ao risco e metas financeiras.

Esses pontos são determinantes para fazer uma escolha melhor. Por exemplo, se você está em busca de um investimento para sua reserva de emergência, costuma ser interessante escolher um título pós-fixado, com liquidez diária. Eles normalmente acompanham a Selic ou o CDI.

Já se o foco é se proteger da inflação, tende a ser mais estratégico selecionar um título indexado pelo IPCA. Afinal, os retornos deles ocorrerão conforme o índice de inflação e haverá a adição de um percentual prefixado, gerando ganho real.

Momento econômico

O momento econômico também deve ser parte da decisão entre CDI, Selic ou IPCA. Isso acontece porque o cenário tem um impacto direto no comportamento de diferentes indexadores e, consequentemente, na rentabilidade dos investimentos.

Como você viu, em períodos de alta da inflação, a Selic costuma subir, elevando também o CDI. Nesses períodos, títulos indexados por qualquer um dos três indicadores costumam ficar mais atrativos para quem busca retornos mais altos.

Características do título

Finalmente, é impossível ignorar as características de cada título. Para entender melhor, imagine um cenário em que você está comparando um CDB com uma LCI — ambos com vencimento em um ano (365 dias).

Na sua análise, você viu que o CDB rende 100% do CDI, enquanto a LCI rende 95% do mesmo indexador. Apesar de o retorno bruto do CDB ser maior, é oportuno destacar que a LCI é um título isento de Imposto de Renda (IR) para pessoas físicas. Nessa comparação, a LCI pode ser mais interessante para quem busca retornos mais altos.

Portanto, cada tipo de indexador e título oferece oportunidades diferentes. Você não precisa ficar exposto a somente um indexador. É possível desenhar um planejamento financeiro que contemple títulos ligados a índices distintos.

Embora todos eles estejam de alguma forma relacionados à Renda Fixa, investir em indicadores distintos pode ajudar a diversificar parte da sua carteira. Por isso, vale a pena conhecer e considerar essas possibilidades ao implementar sua estratégia.

Finalizando esta leitura, você entendeu como comparar CDI, Selic ou IPCA para escolha dos seus investimentos. Leve esses aspectos em consideração para tomar melhores decisões, seguindo seus objetivos.

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Fonte: BTG

Agência de Marketing DigitalAgência MOLL


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