O mercado de ações é composto por ativos de empresas com diferentes características. Existem aquelas voltadas para a valorização, por exemplo, enquanto outras focam na divisão de resultados com os acionistas. Neste grupo, estão as maiores pagadoras de dividendos.
Ao conhecê-las, você poderá avaliar se a alternativa faz sentido para a sua carteira e para os seus objetivos. Além disso, é possível saber quais são as companhias que se destacam na distribuição de lucro, caso seja do seu interesse investir com esse foco.
Neste artigo, você conhecerá quais são as maiores pagadoras de dividendos e como elas se caracterizam. Continue a leitura!
O que são dividendos?
Os dividendos são um tipo de provento distribuído por empresas de capital aberto e fundos imobiliários, com negociação na bolsa de valores. Eles têm como principal objetivo remunerar os investidores e dividir parte dos lucros obtidos.
Quanto ao funcionamento, a divisão de dividendos começa com a definição da proporção do lucro líquido que será distribuído.
Toda empresa listada na bolsa brasileira é obrigada a distribuir parte dos lucros, mas é livre para estabelecer o percentual de distribuição em seu estatuto. Além disso, a empresa pode determinar a regularidade de pagamento, que pode ser mensal, trimestral, semestral ou anual.
Após apurar lucro líquido, a companhia leva a proposta de pagamento de dividendos para aprovação do Conselho Administrativo. Na sequência, divulgam-se as datas específicas, com foco no dia em que ocorre o pagamento.
A distribuição de dividendos é, então, apresentada por um preço pago a cada ação. Logo, quem detém maior participação de mercado recebe uma quantia maior referente aos dividendos. O pagamento é feito em dinheiro, o que garante liquidez aos acionistas.
Quais tipos de empresas pagam mais dividendos e por quê?
Ao observar quais são as maiores e melhores pagadoras de dividendos, você notará que as companhias têm características em comuns. Conhecê-las pode ajudar a identificar boas oportunidades no mercado de ações.
A seguir, veja quais aspectos considerar!
Geração de lucros
Como você viu até aqui, a distribuição de dividendos está atrelada à capacidade do negócio em gerar resultados. Por isso, é preciso que a empresa tenha uma boa capacidade de gerar caixa e obter lucros.
Quanto maior for a lucratividade do empreendimento, maior será o dividendo oferecido por ação. Logo, o negócio deve ser capaz de gerar resultados positivos em vendas, mas também ter custos controlados para que seja possível obter lucro líquido.
Baixo endividamento
Bons pagadores de dividendos também são negócios que têm elevada saúde financeira. Uma das características para considerar nesse sentido é o baixo nível de endividamento.
Para que seja possível consolidar a atuação ao longo do tempo, o ideal é que o empreendimento apresente um comprometimento em dívidas. Desse modo, uma parte maior dos resultados fica livre para gerar dividendos.
Resultados constantes
Mais importante que gerar lucro em um mês ou trimestre é conseguir manter os resultados ao longo do tempo. Por isso, as maiores pagadoras de dividendos são aquelas companhias que têm resultados constantes.
Desse modo, elas criam regularidade no pagamento desses proventos, o que favorece o retorno do investidor ao longo do tempo. Por outro lado, empresas que intercalam períodos de lucros e prejuízos não costumam figurar entre as que pagam bons dividendos.
Maturidade de mercado
Também é bastante comum que companhias que distribuem boas quantias de dividendos tenham mais maturidade de mercado. Isso acontece porque tal condição favorece a geração de caixa e de lucro e a obtenção de resultados consistentes.
Normalmente, trata-se de negócios que já se estabeleceram no nicho em que atuam, tendo realizado os investimentos principais anteriormente. Como consequência, podem distribuir uma parte mais significativa dos ganhos na forma de proventos.
Previsibilidade de resultados
A combinação das características anteriores leva a uma qualidade igualmente necessária entre as boas pagadoras de dividendos: a previsibilidade de resultados. Ou seja, o negócio deve ser capaz de prever, com certa segurança, quais serão os recursos obtidos ao longo do tempo.
Isso é possível, primeiramente, pela geração forte de caixa e pelo baixo endividamento. Além disso, o fato de ser uma companhia madura oferece mais solidez de atuação, o que tende a favorecer a conquista de resultados.
Devido a essa previsibilidade, os negócios costumam apresentar baixa volatilidade e menos risco. Porém, note que o crescimento também é mais limitado, exatamente porque os recursos que poderiam ser investidos em novos projetos são divididos com os acionistas.
Portanto, é bastante comum que boas pagadoras de dividendos sejam empresas que crescem a um ritmo menor. Assim, cabe a cada investidor pensar nas suas prioridades: geração de renda passiva ou busca por maior valorização nas ações.
Quais são os setores das maiores pagadoras de dividendos da bolsa?
Além das características que você acabou de conhecer, existem setores que se destacam quanto ao pagamento de dividendos. Isso acontece porque, na prática, eles têm uma estrutura específica que favorece a distribuição de lucros, em vez de exigir grandes reinvestimentos.
Logo, na hora de investir com foco em receber dividendos, você pode querer dar atenção a esses segmentos. Confira quais são!
Setor elétrico
Ao conferir um ranking com as maiores pagadoras de dividendos do Índice Bovespa, por exemplo, você notará que parte delas integra o setor elétrico. Esse é o segmento que reúne empresas responsáveis pela transmissão, gerenciamento e fornecimento de energia para imóveis.
O destaque nos dividendos acontece porque esse é um segmento cujo investimento é necessário mais inicialmente. Depois da construção dos parques de energia e a criação de infraestrutura, não é preciso reinvestir muito ao longo do tempo.
Além disso, é comum que a depreciação já tenha ocorrido, o que beneficia o volume de caixa. Essas condições aumentam a condição de dividir parte dos ganhos com os investidores, colocando as empresas de energia entre as principais da bolsa nesse sentido.
Setor financeiro
Já o setor financeiro é composto por empresas como bancos, seguradoras, securitizadoras e a própria B3, que é a bolsa de valores brasileira — além de outros negócios. No geral, são companhias que concentram grande quantidade de recursos e alcançam altos lucros de maneira consistente.
Como consequência, há uma forte geração de caixa, o que potencializa a distribuição de lucros. Além disso, o setor financeiro tende a apresentar empresas muito consolidadas e que não precisam fazer investimentos com tanta frequência. Logo, podem remunerar melhor os investidores.
Setor petrolífero
Por fim, outro segmento que se destaca no pagamento de dividendos é o petrolífero. Ele costuma ser menos estável que os demais citados, por causa da negociação de commodities e da exposição ao cenário internacional.
Porém, assim como acontece com o setor elétrico, os principais investimentos já foram realizados e depreciados no início do negócio. Como consequência, existe maior margem livre de resultados a serem distribuídos.
Quais foram as maiores pagadoras de dividendos da última década?
Além de saber quais são os segmentos de destaque, vale conhecer quais são as empresas maiores pagadoras de dividendos em suas ações. Embora os resultados passados não sejam garantia de desempenho futuro, é possível ter uma ideia geral dos pontos de destaque.
Assim, você pode ter informações para orientar a sua análise e tomada de decisão. Na sequência, descubra quais são os empreendimentos que se destacaram no pagamento de dividendos!
1. Taesa
A Taesa (TAEE11) existe desde 2003 e atua no segmento de energia elétrica. Trata-se de um grupo privado que dispõe de dezenas de concessões de transmissão e um parque robusto espalhado pelo país.
Entre as ações analisadas, ela foi a que obteve maior dividend yield (DY), um indicador que você conhecerá nos próximos tópicos e entenderá como ele é importante.
2. Cemig
Também do setor elétrico, a Cemig (CMIG4) aparece em segundo lugar entre as maiores pagadoras de dividendos da década, até 2021. A companhia existe desde 1952 e atua principalmente em Minas Gerais, mas tem operações em outros pontos do país.
Além de oferecer a geração e transmissão de energia elétrica, ela também trabalha com foco na produção e comercialização de gás natural.
3. Comgás
A Comgás (CGAS5) existe desde 1872 e se tornou a principal companhia de distribuição de gás natural do Brasil. Ela passou a ser controlada pelo Grupo Cosan, que está entre os principais grupos privados do país.
Devido a seu alcance, a empresa consegue gerar o caixa que justifica o pagamento recorrente de dividendos para os investidores.
4. Telefônica
Já a Telefônica (VIVT3) faz parte das principais companhias de telecomunicação. Ela foi fundada em 1924, na Espanha. No Brasil, opera sob a marca Vivo, após privatizações que ocorreram no setor de telefonia.
A empresa tem presença na Europa e também em outros países da América Latina. Ademais, tem diversas subsidiárias, incluindo empreendimentos de outros setores. Isso ajuda na consolidação de receita líquida, o que leva ao maior pagamento de proventos.
5. Sanepar
A Sanepar (SAPR3/SAPR4 e SAPR11) é a principal companhia de saneamento do Paraná, pois é quem detém a concessão de serviços públicos. Ela foi fundada em 1963 e, desde então, investiu na expansão da estrutura e dos serviços.
Embora seja uma empresa relativamente dependente das condições naturais — como o volume de chuvas —, a companhia se consolidou ao longo da década no ranking de maiores pagadoras de dividendos da bolsa.
6. Banco do Brasil
O Banco do Brasil (BBAS3) é o maior banco comercial da América Latina e também foi o primeiro do país. Ele foi fundado em 1808 e conta com a participação do Governo Federal. Em relação à estrutura física, consegue atender boa parte do território nacional.
Por fazer parte do setor financeiro, o banco consolidou resultados quanto aos proventos ao longo da última década. Com isso, pode ser uma alternativa para quem deseja viver de dividendos.
7. Engie Brasil
Mais uma empresa do setor elétrico, a Engie Brasil (EGIE3) é considerada a maior geradora privada de energia elétrica do Brasil. A companhia foi fundada em 1899 e tem mais de 30 usinas espalhadas pelo país.
Assim como outras do segmento, ela já realizou os principais investimentos para consolidar o parque gerador. Como consequência, consegue dividir parte dos lucros com os acionistas com mais regularidade, o que a garante o lugar na lista das melhores pagadoras de dividendos.
Por que investir em empresas que pagam dividendos?
Agora que você sabe quais empresas se destacam em relação aos proventos, vale a pena pensar nos benefícios de investir com foco em dividendos.
Na sequência, descubra quais são os benefícios para considerar!
Isenção fiscal
Segundo a legislação válida em 2021, os dividendos são isentos de Imposto de Renda para os investidores. Isso acontece porque, na prática, a empresa já é tributada em relação a eles, pois são lançados na contabilidade como lucro.
Valorização das ações
Os pagamentos de dividendos também podem ajudar na valorização das ações. Afinal, um bom histórico de pagamento tende a atrair mais investidores. Então, quanto mais rendimentos você recebe, maior pode ser a atratividade da empresa, o que valorizaria as ações.
Aumento da rentabilidade
Outro aspecto para considerar é que receber dividendos pode aumentar a sua rentabilidade geral. Isso acontece porque um dos meios de obter ganhos ao investir em ações é com a venda por um preço maior que o preço médio de compra.
Ou seja, é necessário executar a venda para realizar o lucro e obter capital. Se a empresa não pagar dividendos regularmente, o retorno principal está condicionado a essa decisão. Assim, dependeria da liquidez do ativo para venda.
Porém, com o recebimento de dividendos é possível melhorar o nível de liquidez — já que o dinheiro vai para sua conta. Com isso, o retorno total pode se tornar maior — em especial, ao considerar os dividendos e a valorização a longo prazo.
Possibilidade de reinvestimento
Como você viu, os dividendos são pagos em dinheiro para os acionistas. Sendo assim, eles podem ser aproveitados da maneira que for mais conveniente, de acordo com os planos e interesses de quem investe.
Entre as alternativas, está o uso do montante para adquirir mais ações da mesma empresa ou de outras companhias. Você também tem a chance de fazer outros investimentos em renda fixa ou renda variável.
Logo, é uma maneira de aumentar a capacidade de investir e de fazer aportes frequentes. No longo prazo, isso pode ajudar na construção de patrimônio e no alcance de objetivos, devido ao potencial de acumulação.
Oportunidade de viver de renda
Investir com foco em dividendos também tem como vantagem a chance de viver de renda passiva. Com uma carteira robusta e bom retorno nesse sentido, você pode obter recebimentos frequentes que cubram os seus custos de vida.
Dessa maneira, é possível alcançar a independência financeira e ter mais tranquilidade para lidar com o cotidiano.
Como calcular o valor de dividendos?
Depois de conhecer as características principais sobre os dividendos, é interessante entender como eles são calculados. No caso das empresas que pagam dividendos em suas ações, tudo começa com o cálculo do lucro líquido.
Ele é obtido ao diminuir todos os custos e despesas do período em relação à receita bruta. A partir disso, há a aplicação do percentual que será distribuído aos investidores. Note, ainda, que o cálculo depende da política de dividendos que é apresentada pela empresa.
Nesse documento, constam os percentuais aplicáveis, os prazos de pagamento e outras questões. Então você pode ter uma ideia para fazer o cálculo dos dividendos. Depois, o montante a ser pago é provisionado no caixa.
Contudo, não é preciso se preocupar com esse cálculo. A empresa anuncia o quanto será pago por ações quando faz o anúncio da sua agenda de dividendos — com a data limite para adquirir ações e receber os proventos (data com) e a data de pagamento.
Como funciona o Dividend Yield?
Ao falar de cálculos, vale a pena conhecer um indicador útil para avaliar os dividendos: o dividend yield (DY). Ele corresponde a um indicador da análise fundamentalista e que serve para apontar quais são as maiores pagadoras de dividendos.
O DY é dado por uma relação, em percentual, que considera o total de dividendos pagos por ação no período sobre a cotação atual. A equação é a seguinte:
Dividend yield (%) = (Total de dividendos pagos por ação nos últimos 12 meses / Cotação atual da ação) x 100
Ao final, o resultado aponta qual é o retorno do investimento com dividendos. Logo, é possível identificar o quanto você pode ganhar, na forma de proventos e com base no histórico, ao comprar os papéis pelo preço de negociação.
Em geral, quem paga mais dividendos tem um DY maior. Com isso, pode ser interessante buscar empresas com ações que se destaquem nesse aspecto. Contudo, também é importante ter atenção com o uso do indicador.
O mais recomendado é usá-lo para a comparação entre empresas do mesmo segmento. Como setores diferentes apresentam potenciais distintos quanto ao pagamento de proventos, faz mais sentido ter uma base de comparação desse tipo.
Também é preciso saber interpretar os dados do dividend yield. Por exemplo, busque um histórico longo do indicador para verificar se bons resultados não são apenas pontuais. E não deixe de entender o contexto do preço da ação. Afinal, o DY é muito influenciado pela cotação do momento.
Quais serão as maiores pagadoras de dividendos da próxima década?
Neste artigo, você já conferiu quais são as maiores pagadoras de dividendos da última década, até 2021. Mas o que esperar dos próximos 10 anos?
Antes de responder a essa pergunta é necessário notar que o investimento em ações é de renda variável e não há como garantir resultados. Logo, até as boas pagadoras de agora podem não manter a tendência futuramente — e o contrário também é verdadeiro.
Por isso, não se pode dizer quais serão os melhores pagadores de dividendos da bolsa brasileira, dos EUA ou de qualquer mercado com absoluta certeza. Tudo depende da atuação da empresa no mercado, seus concorrentes, possíveis mudanças na política de dividendos e outros fatores.
Depois de considerar todos esses aspectos, vale saber que os setores já apresentados podem manter as condições que favorecem a distribuição de dividendos. Assim, focar nos setores, e não em companhias específicas, pode ajudar a avaliar o cenário.
Porém, empresas de outros segmentos também podem se destacar. Em especial, aqueles negócios que não precisem de investimentos tão frequentes e que possam dividir parte do caixa com os acionistas.
Ao mesmo tempo, pense que a reforma tributária pode afetar a dinâmica quanto a esse tipo de pagamento no Brasil. Como tudo depende da aprovação da lei e das mudanças que isso pode causar, vale ter atenção às mudanças na bolsa e nas políticas das empresas.
Reforma tributária e o impacto em dividendos
Como você viu, um dos aspectos positivos dos dividendos é a sua isenção de Imposto de Renda. No entanto, essa é uma questão que pode mudar, caso a reforma tributária, proposta pelo Ministério da Economia em 2021, seja aprovada conforme foi apresentada.
A segunda parte da reforma foi apresentada em junho de 2021 e o Projeto de Lei nº 2337/21 foi aprovado em setembro do mesmo ano. Na proposta original, os dividendos passariam a ser tributados em 20%.
Com a aprovação do PL, a tributação sugerida passou a ser de 15%. Contudo, até o começo de novembro de 2021 a lei ainda não tinha ido à votação e, portanto, não estava aprovada. Mas é preciso ficar atento para entender o que uma mudança desse tipo pode causar.
Na prática, a tendência é que as maiores pagadoras de dividendos sejam afetadas em termos de atratividade. Os acionistas que buscam o retorno com proventos podem reavaliar o investimento e procurar negócios com maior potencial de crescimento.
De qualquer modo, é importante considerar que o investimento com foco em dividendos deve ser de longo prazo. Portanto, é preciso ter cuidado para não deixar que mudanças em determinadas regras afetem toda a estratégia.
O ideal é considerar seu perfil e estratégia e avaliar o potencial de retorno com os dividendos. Também vale comparar com os riscos que outras ações menos consolidadas podem oferecer. Assim, você pode fazer uma análise de risco e retorno para basear sua tomada de decisão.
Dicas para diversificar sua carteira focada em pagamento de dividendos
Depois de conhecer todas essas questões, pode ser que você tenha interesse em investir com foco em dividendos. Nesse caso, vale a pena pensar na diversificação da carteira. Afinal, não é aconselhável alocar todo o seu dinheiro em apenas uma ou poucas empresas.
Depois de conhecer as características principais sobre os dividendos, é interessante entender como eles são calculados. No caso das empresas que pagam dividendos em suas ações, tudo começa com o cálculo do lucro líquido.
Ele é obtido ao diminuir todos os custos e despesas do período em relação à receita bruta. A partir disso, há a aplicação do percentual que será distribuído aos investidores. Note, ainda, que o cálculo depende da política de dividendos que é apresentada pela empresa.
Nesse documento, constam os percentuais aplicáveis, os prazos de pagamento e outras questões. Então você pode ter uma ideia para fazer o cálculo dos dividendos. Depois, o montante a ser pago é provisionado no caixa.
Contudo, não é preciso se preocupar com esse cálculo. A empresa anuncia o quanto será pago por ações quando faz o anúncio da sua agenda de dividendos — com a data limite para adquirir ações e receber os proventos (data com) e a data de pagamento.
Como funciona o Dividend Yield?
Ao falar de cálculos, vale a pena conhecer um indicador útil para avaliar os dividendos: o dividend yield (DY). Ele corresponde a um indicador da análise fundamentalista e que serve para apontar quais são as maiores pagadoras de dividendos.
O DY é dado por uma relação, em percentual, que considera o total de dividendos pagos por ação no período sobre a cotação atual. A equação é a seguinte:
Dividend yield (%) = (Total de dividendos pagos por ação nos últimos 12 meses / Cotação atual da ação) x 100
Ao final, o resultado aponta qual é o retorno do investimento com dividendos. Logo, é possível identificar o quanto você pode ganhar, na forma de proventos e com base no histórico, ao comprar os papéis pelo preço de negociação.
Em geral, quem paga mais dividendos tem um DY maior. Com isso, pode ser interessante buscar empresas com ações que se destaquem nesse aspecto. Contudo, também é importante ter atenção com o uso do indicador.
O mais recomendado é usá-lo para a comparação entre empresas do mesmo segmento. Como setores diferentes apresentam potenciais distintos quanto ao pagamento de proventos, faz mais sentido ter uma base de comparação desse tipo.
Também é preciso saber interpretar os dados do dividend yield. Por exemplo, busque um histórico longo do indicador para verificar se bons resultados não são apenas pontuais. E não deixe de entender o contexto do preço da ação. Afinal, o DY é muito influenciado pela cotação do momento.
Quais serão as maiores pagadoras de dividendos da próxima década?
Neste artigo, você já conferiu quais são as maiores pagadoras de dividendos da última década, até 2021. Mas o que esperar dos próximos 10 anos?
Antes de responder a essa pergunta é necessário notar que o investimento em ações é de renda variável e não há como garantir resultados. Logo, até as boas pagadoras de agora podem não manter a tendência futuramente — e o contrário também é verdadeiro.
Por isso, não se pode dizer quais serão os melhores pagadores de dividendos da bolsa brasileira, dos EUA ou de qualquer mercado com absoluta certeza. Tudo depende da atuação da empresa no mercado, seus concorrentes, possíveis mudanças na política de dividendos e outros fatores.
Depois de considerar todos esses aspectos, vale saber que os setores já apresentados podem manter as condições que favorecem a distribuição de dividendos. Assim, focar nos setores, e não em companhias específicas, pode ajudar a avaliar o cenário.
Porém, empresas de outros segmentos também podem se destacar. Em especial, aqueles negócios que não precisem de investimentos tão frequentes e que possam dividir parte do caixa com os acionistas.
Ao mesmo tempo, pense que a reforma tributária pode afetar a dinâmica quanto a esse tipo de pagamento no Brasil. Como tudo depende da aprovação da lei e das mudanças que isso pode causar, vale ter atenção às mudanças na bolsa e nas políticas das empresas.
Reforma tributária e o impacto em dividendos
Como você viu, um dos aspectos positivos dos dividendos é a sua isenção de Imposto de Renda. No entanto, essa é uma questão que pode mudar, caso a reforma tributária, proposta pelo Ministério da Economia em 2021, seja aprovada conforme foi apresentada.
A segunda parte da reforma foi apresentada em junho de 2021 e o Projeto de Lei nº 2337/21 foi aprovado em setembro do mesmo ano. Na proposta original, os dividendos passariam a ser tributados em 20%.
Com a aprovação do PL, a tributação sugerida passou a ser de 15%. Contudo, até o começo de novembro de 2021 a lei ainda não tinha ido à votação e, portanto, não estava aprovada. Mas é preciso ficar atento para entender o que uma mudança desse tipo pode causar.
Na prática, a tendência é que as maiores pagadoras de dividendos sejam afetadas em termos de atratividade. Os acionistas que buscam o retorno com proventos podem reavaliar o investimento e procurar negócios com maior potencial de crescimento.
De qualquer modo, é importante considerar que o investimento com foco em dividendos deve ser de longo prazo. Portanto, é preciso ter cuidado para não deixar que mudanças em determinadas regras afetem toda a estratégia.
O ideal é considerar seu perfil e estratégia e avaliar o potencial de retorno com os dividendos. Também vale comparar com os riscos que outras ações menos consolidadas podem oferecer. Assim, você pode fazer uma análise de risco e retorno para basear sua tomada de decisão.
Dicas para diversificar sua carteira focada em pagamento de dividendos
Depois de conhecer todas essas questões, pode ser que você tenha interesse em investir com foco em dividendos. Nesse caso, vale a pena pensar na diversificação da carteira. Afinal, não é aconselhável alocar todo o seu dinheiro em apenas uma ou poucas empresas.
Para saber como fazer, você acompanhará passos que podem ajudá-lo a tomar a decisão. Confira!
Identifique seu perfil de investidor
Para investir de modo consciente, é necessário começar considerando seu perfil de investidor. Como o mercado de ações é de renda variável, ele apresenta mais riscos e volatilidade. Assim, costuma ser mais adequado para investidores moderados ou arrojados.
Entretanto, conservadores também podem considerar o foco nos proventos. Como as empresas podem ser mais consolidadas e ter resultados menos imprevisíveis, o risco pode ser menor em parte delas. Portanto, vale a pena entender qual é a sua tolerância.
Pense em seus objetivos financeiros
Outro ponto para considerar envolve os seus objetivos financeiros. Como vimos, existem investidores que buscam uma elevada valorização ao investir em ações. Nesse caso, o objetivo será ter lucro com o crescimento da companhia.
É o caso de quem adota a estratégia de value investing ou de growth investing, por exemplo. A primeira foca em ações baratas e a segunda em papéis com grande potencial de crescimento.
Já se a sua intenção for encontrar as maiores pagadoras de dividendos, seus objetivos são diferentes. Afinal, você viu que empresas desse tipo tendem a não crescer tanto enquanto o foco está na distribuição dos proventos.
Por conta disso, o investimento voltado para dividendos costuma estar mais alinhado ao longo prazo. Assim, é possível aproveitar o retorno consolidado ao longo do tempo. Por isso, avalie seus objetivos e os prazos deles para ver se a estratégia seria alinhada.
Avalie o dividend yield das empresas
Depois de identificar suas características pessoais, é hora de analisar o dividend yield dos negócios. Ele é o indicador mais relevante para medir a capacidade de pagamento dos dividendos de uma empresa da bolsa de valores.
Portanto, esse índice pode servir de comparação entre os papéis disponíveis e, dependendo do caso, ajuda como critério de desempate entre alternativas semelhantes.
Faça uma análise fundamentalista completa
Apesar de o DY ser importante para encontrar as maiores pagadoras de dividendos, não deve ser o único critério usado. Afinal, uma empresa com pagamento de dividendos acima da média pode apresentar riscos mais elevados ou aspectos que não interessam a você.
Por isso, o ideal é realizar uma análise fundamentalista robusta. É preciso considerar diversos elementos, como o endividamento, o retorno sobre patrimônio líquido (ROE), a gestão da companhia e outros critérios relevantes.
É importante focar em empresas que sejam saudáveis e robustas, especialmente com o objetivo de longo prazo. Assim, há mais chances de receber dividendos frequentes e de contar com valorização ao longo do tempo.
Busque carteiras recomendadas
Você também tem a chance de investir com base nas chamadas carteiras recomendadas. Elas são elaboradas por analistas, que realizam todo o trabalho de avaliar os fundamentos dos negócios e encontrar os que atendem a objetivos específicos.
Nesse caso, é viável encontrar carteiras que reúnam empresas com melhor pagamento de dividendos. Com uma carteira recomendada focada nos proventos, você poderá conhecer a composição que analistas consideram ideais para receber esse tipo de resultado.
Além disso, elas são acompanhadas de um relatório que justifica as decisões e são atualizadas periodicamente. Assim, basta seguir as indicações para ter um portfólio dedicado a esse objetivo, de forma prática e com suporte profissional.
Como investir em dividendos com pouco dinheiro?
Não é preciso ter uma quantia muito alta para investir em ações. Por isso, além das dicas que você acabou de conferir, pode ser interessante entender como fazer o investimento mesmo com pouco dinheiro.
Embora o recebimento de dividendos seja tão maior quanto mais significativa for a participação do investidor, nem sempre é possível investir um montante maior de imediato. Por outro lado, será possível aportar de pouco em pouco e ir aumentando seu patrimônio.
A seguir, você entenderá quais pontos considerar para aproveitar as maiores pagadoras de dividendos mesmo com pouco dinheiro. Acompanhe!
Monte um planejamento financeiro
Diante da necessidade de investir com pouco dinheiro, o planejamento financeiro se torna ainda mais importante. Logo, vale a pena criar um orçamento, considerando os ganhos e gastos e a provisão para o investimento.
É interessante cortar despesas desnecessárias para dispor de mais recursos para investir. Além disso, vale a pena planejar a realização de aportes frequentes. Esse não apenas é um meio de criar um hábito, como também permite melhorar o potencial de ganhos com os proventos.
Realize aportes frequentes
Quando você fizer um planejamento financeiro pode definir um valor mensal para investir. Desse modo, ainda que seja pouco dinheiro, haverá a oportunidade de acumular a quantia ao longo do tempo. Logo, você terá cada vez mais ações e pode receber cada vez mais dividendos.
Para comprar os papéis aos poucos, é preciso recorrer ao mercado fracionário. Geralmente, as ações são negociadas na bolsa em lotes de 100. Mas é possível comprar unidades ao adicionar a letra F no final do ticker da ação desejada.
Considere reinvestir dividendos
Depois que você tiver ações que pagam dividendos em sua carteira, vale a pena considerar o reinvestimento dos proventos recebidos. Dessa forma, é possível aumentar sua capacidade de aporte, mesmo sem ampliar a disponibilidade financeira do seu orçamento.
Logo, crie uma rotina de usar o montante recebido para comprar novas ações, caso deseje aumentar o aporte nas maiores pagadoras de dividendos.
Conclusão
Como você viu, recorrer às maiores pagadoras de dividendos pode ser uma boa oportunidade para obter renda passiva e aumentar o potencial de retorno da sua carteira. Porém, é preciso realizar uma análise completa para tomar decisões — e não apenas focar no histórico de rendimento.
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Fonte: btg
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